AMOR SEM LIMITES
A grande interrogação que
permanece de pé é esta: será possível formar uma genuína Comunidade de Fé com
pessoas que sempre escondem boa parte do que pensam, sentem, desejam e querem?
Não creio. Mas acredito que grande parte das divisões que existem no campo
religioso são o sinal mais claro de que em todas elas predomina uma dose de
desconfiança que nada tem de religioso. E menos ainda pode ser interpretada
como prova de amor a Deus.
Não é verdade que a maioria dos
cristãos, sem falar dos membros de outras correntes religiosas, é composta de
pessoas pouco solidárias com os que não pertencem à sua Igreja? A solidariedade
de todos para com cada membro da grande família humana será indispensável daqui
para frente mais do que nunca, se queremos que o futuro da espécie Homo Sapiens não seja ainda mais
melancólico do que foram os 300.000 anos de sua história pregressa.
Antes de pensar em formar uma
comunidade é preciso pensar em formar a consciência dos que irão compor esta
comunidade. Não fomos preparados para viver uma vida de comunhão com outros.
Aos nossos contatos com eles falta a intimidade que caracteriza todo genuíno
amor. A identificação com o nosso próprio ego é tão absorvente que não resta
aos nossos relacionamentos espaço que não seja o de contatos de superfície.
Mas amar é muito mais do que gostar de alguém.
O amor é uma forma de energia vibratória de altíssima frequência. Se Deus é
Amor, então todo amor, mesmo o mais modesto, é intrinsecamente divino. Entregue
à sua natureza, ser humano algum é capaz de amar com a intensidade com que
Jesus amou e continua amando a humanidade. Por isso Ele nos ofereceu o seu Amor
Infinito, não apenas como termo de comparação, mas como fonte de um Novo Amor: “Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis
uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 15,12). Deus colocou à disposição dos
homens a sua própria capacidade de amar, os tesouros inesgotáveis de um Amor
sem limites.
Pe. José Marcos Bach, SJ
Pe. José Marcos Bach, SJ
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