UMA IGREJA
POBRE
A
genuína conversão no sentido em que Cristo emprega o termo (Mt 18,3) é obra de
Deus e dom divino. Representa uma
reviravolta total: “O velho homem”, diria Paulo, “terá que morrer para que o
novo homem possa nascer”.
A
exploração plena de todas as potencialidades da natureza espiritual do homem é
empreitada que excede por completo a capacidade ou competência natural do
homem.
Todo
parto é doloroso. Também este que dá origem ao “Novo Homem” idealizado por Cristo, é acompanhado de sofrimento. Que
o digam os profetas e os místicos!
Se a Igreja quiser recuperar a
credibilidade perdida, não basta reconhecer que pecou e que errou.
É preciso pensar numa outra
Igreja, mais parecida com a dos Apóstolos de Cristo. Uma Igreja radicada na
alma do povo. Uma Igreja tão pobre que possa permitir-se o luxo de dispensar
toda e qualquer segurança que não seja a do pobre.
Uma
Igreja pobre estaria a salvo de quase
todas as tentações a que a Igreja dos papas sucumbiu ao longo de sua história.
Rico
é aquele que muito tem a perder. Pobre é alguém que não tem nada que lhe possam
roubar. Miserável é aquele que precisa roubar para sobreviver.
A
pobreza, de que estamos falando, encontra-se no meio do caminho entre a riqueza
e a miséria.
É
a pobreza de espírito a qual Jesus se refere no Sermão da Montanha. “Felizes os
pobres de espírito...” (Lc 6,20).
Toda
pessoa sensata sabe que possuir mais que o necessário a uma vida confortável
costuma gerar mais problemas do que alegrias.
Pe. José Marcos Bach.SJ
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