NOVA DIREÇÃO PARA 2014
“O céu e a terra passarão, mas minhas palavras não passarão”
(Mc 13,31).
Durante milhares de anos
os estudiosos dos elementos do céu e da terra eram poucos. Vendo que as
estrelas do céu pareciam não sair nunca do lugar, deram ao céu o nome de
firmamento.
O caráter vibrante e
pulsátil do universo só foi descoberto pelo físico alemão Max Planck no início
do século XX. Tanto como a luz, o átomo também vibra e pulsa, pois se dilata e
se contrai milhões de vezes a cada segundo.
Não sou cientista, mas a
minha condição de teólogo me leva a fazer a pergunta que Luiz de Gonzaga
costumava fazer em situações idênticas: “Quid
hoc ad aeternitatem?”. “O que isto me aproveita para a eternidade?”
Será que os princípios
da Teoria Quântica começam a vigorar com força redobrada depois quando nos
encontrarmos livres dos laços que nos prenderam ao mundo material?
Se existe uma relação de
natureza causal entre tempo e velocidade, então deve de existir, a fortiori, uma relação causal entre
velocidade e eternidade. Einstein ainda era de opinião que a velocidade da luz
era a velocidade máxima que uma entidade material podia desenvolver sem se
desmaterializar por completo. Hoje já se sabe que à velocidade da luz o tempo
deixa de fluir em direção do passado. Ultrapassada a velocidade da luz, o tempo
inverte a direção e começa a se movimentar do presente em direção ao futuro.
O passado deixa de ser
passado e passa a ser parte essencial de um presente eterno. A saudade muda de
direção. O que aliena nosso desejo não é aquilo que já tivemos um dia, mas que
o tempo se encarrega de levar consigo. Não faz sentido sentir saudade quando
tudo o que é desejável ainda está por vir. Tudo o que de bom está à nossa
espera se encontra no dia de amanhã. Não há perdas a lamentar, pois tudo o que
merece nossa atenção ainda nos espera.
A saudade do saudosista
leva-o a lamentar quando a atitude mais inteligente o levaria a se rejubilar.
Nada está perdido, tudo se encontra a salvo da ação deletéria do tempo. A
salvação eterna consiste em subtrair-se à ação do tempo e viver antecipadamente
em clima de eternidade e de perpétuo rejuvenescimento.
“Não vos preocupeis com
o dia de amanhã” (Mc 13,11). Pois tudo o que se encontra à vossa frente já está
assegurado.
Padre Marcos Bach
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