O AMOR ACIMA DE TUDO
O amor se manifesta nos
seres humanos sob as mais variadas formas. O amor é a base de todo e qualquer
relacionamento do homem com o universo em que vive. O amor é uma forma de tomar
consciência tanto de si mesmo como do universo que nos cerca. É amando que
descobrimos a distância que no campo evolutivo nos separa do nosso primo mais
próximo que é o chimpanzé bonobo! É amando que descobrimos a nossa verdadeira
natureza!
Quem não aprende a arte
de amar, jamais saberá quem ele é! E
o que é pior: jamais saberá o que fazer com a vida que traz em si!
Confrontado com uma galáxia, sentir-se-á esmagado por
ela! Confrontado com a fugacidade do tempo de vida com que pode contar,
sente-se ludibriado e traído, pois em seu íntimo mais profundo sente-se chamado
à imortalidade!
Todo o seu ser resiste
com tenacidade indomável à ideia de morte! É comovente assistir à luta de um
doente em fase terminal por uns poucos dias a mais de uma vida que já não
merece este nome.
Temos que recordar o seguinte se queremos ter uma
ideia da diferença que existe entre a vida de um chimpanzé e a de um
representante da espécie Homo. Um
chimpanzé passa o dia comendo e procurando comida. Emprega seu tempo livre para
se divertir com as fêmeas do seu grupo, e não tendo o que fazer, deita-se na
grama e contempla o mundo de papo para o ar. A felicidade de um chimpanzé está
em ter o que precisa para satisfazer suas necessidades!
O trabalho merece um
lugar de destaque na lista dos fatores de alienação social e psicológica toda
vez que consome mais tempo do que o estritamente necessário para o sustento.
Torna-se fator de alienação moral na medida em que dificulta ou até mesmo
impede o contato com outras pessoas e a comunhão interpessoal!
Não é o trabalho em si que aliena as pessoas, mas o
fato de induzi-las a se esquecerem do sentido
último da vida humana. O ser humano não foi feito para trabalhar. Foi feito para muito mais do que gastar a parcela mais
nobre da sua vida preocupado “com o que comer e com que vestir-se” (Lc 12,22).
Há entre as atividades
humanas um leque bem grande de alternativas. Meditar é melhor do que lavrar o
chão, diz o monge budista. Rezar é melhor do que fabricar metralhadoras, diz o
monge católico. Escutar a Palavra de Deus e meditá-la é melhor do que servir a
Deus, diz Jesus. Maria foi mais inteligente que Marta, pois escolheu a parte
melhor. Quem o disse foi o próprio Mestre Divino.
Muitas e contraditórias
são as necessidades do homem. Infeliz é aquele que corre da cozinha à sala de
visitas sem saber como sair da confusão.
Maria nos ensina que
sentar-se os pés de Jesus e escutá-Lo é mais importante que correr atrás do
relógio!
“Ama e faze o que quiseres”, dizia Santo Agostinho,
dando a entender que até o mais bem elaborado código de moral é incapaz de
suprir a falta de amor!
Destruir o universo todo
seria fácil se fosse possível destruir o Amor, pois “a natureza suprema do
universo é uma energia de amor” (David Bohm).
Quem quisesse destruir o universo teria que destruir
primeiro o seu Criador, pois “Deus é Amor”, diz o apóstolo João (I Jo 4,16).
O amor é a energia mais
potente e poderosa do universo (Gandhi), pois sua fonte primordial é o próprio
Deus! É da natureza do amor ser eterno! É indestrutível por natureza! Quando um
casal se divorcia alegando que o amor morreu, não está constatando um fracasso,
mas confessando uma mentira.
Padre Marcos Bach
Nenhum comentário:
Postar um comentário