INTERIORIZAÇÃO DE VALORES
O Ponto Deus representa e responde pela passagem do
meramente humano para o divino. Tudo está a nos dizer que a essência da
natureza humana não pode ser desvendada recuando no tempo. Pelo contrário, é
adiantando-se à ação do tempo que se consegue ter uma ideia do que irá ser um
dia o Homem Perfeito e plenamente humanizado. O Ponto Deus encontra-se embutido
no interior do cérebro humano e é responsável por todo tipo de atividade que
associamos ao conceito de atividade espiritual. Com esta descoberta fica claro
que estamos sendo realizados e projetados a partir de forças criadoras que
atuam além do tempo. Perde o seu precioso tempo todo aquele que acredita no poder
mágico do processo histórico. A História não possui este poder de tornar os
homens cada vez melhores e mais humanos.
Como se pode sair do tempo e mergulhar num universo
sem tempo onde a sucessão dos séculos e dos milênios cabe num único instante e
num eterno presente?
O que Jesus fazia quando, ao anoitecer, subia a uma
colina para passar lá as silenciosas horas de uma bela noite de verão em
oração, senão isso mesmo: saía do tempo e voltava a mergulhar naquele
maravilhoso mundo sem tempo que é o Céu donde viera!
A oração por excelência é a que nos liberta da prisão
do tempo e do pequeno e claustrofóbico mundinho dos que não têm mais tempo para
nada. Esta oração tem um nome: chama-se contemplação. Quem quer aprendê-la
dirija-se a Teresa de Ávila ou a Inácio de Loyola, ambos mestres consumados na
arte da contemplação.
Um pequeno número de contemplativos, um por cento, é
suficiente para transformar uma cidade violenta num Oásis de convivência
pacífica. É o que nos garantem renomados sociólogos americanos.
“O tempo está começando a passar cada vez mais
depressa”! Esta é uma queixa bastante comum. Parece que estamos assistindo a
uma aceleração do tempo.
O tempo cronológico é determinado pela velocidade com
que um objeto se move. O tempo psicológico é determinado pela quantidade de
momentos sucessivos.
A passagem do tempo se torna problemática e frustrante
na medida em que não nos permite completar o que iniciamos. É extremamente
desagradável chegar ao fim de um dia cansativo com a sensação de não ter
realizado ao longo do dia uma única obra bem feita. “Se ao menos a noite nos
desse a oportunidade de esquecer o tempo e de mergulhar no plácido mundo dos
sonhos”! A noite poderia nos devolver com juros um pouco do tempo perdido
durante o dia, mas para isso teríamos que aprender a arte tão pouco cultivada
de dormir bem.
Padre Marcos Bach
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