PREPARAR O FUTURO DA VIDA FAMILIAR
O futuro da vida familiar vai depender em grande parte da capacidade de
homens e mulheres de fazer do casamento um autêntico pacto de amor.
A palavra pacto indica que se trata de um compromisso destinado a selar um
projeto de vida em comum.
A palavra amor implica em compromisso irreversível. Também o amor exige
sacrifícios. Ninguém, no entanto, se dispõe a fazê-los se não tiver a certeza
de que vale a pena.
O tempo é o pior inimigo do amor. Só um amor eterno é capaz de sobreviver
às vicissitudes da vida. Fidelidade conjugal e indissolubilidade do matrimônio
ou brotam do próprio amor, ou não têm como sustentar-se. Impô-las em nome da
lei moral não é suficiente para proteger um casal contra a tentação do
adultério e do divórcio.
Só um grande amor é capaz de proteger um casal contra a tentação do
adultério e do divórcio. Só um grande amor é capaz de proteger um casamento dos
perigos que ameaçam a sua estabilidade.
Rezar e frequentar os sacramentos pode ser muito bom, desde que não se
destinem a suprir a falta de amor. A oração não tem o poder de substituir a
falta de diálogo entre marido e esposa.
Um amor que não vai além da morte está exposto ao risco de morrer a
qualquer momento. Só merece a qualificação de religioso o casamento que inclui
Deus e a Eternidade em sua perspectiva. A morte só tem o poder de pôr fim ao
casamento, mas não a um pacto de amor. Romeu e Julieta morreram, mas o amor deles
continua vivo. Não somente na memória do povo, mas também nos registros de
Deus.
Casamentos que morrem como moscas em fim de outono, nunca foram mais do
que “pau de amarrar égua”, diria o nordestino. Este é o casamento que resulta
da conjugação de interesses. Onde o pai dá a sua filha em casamento ao filho de
um fulano com a intenção de melhorar o seu próprio cacife social-político,
continua vivo.
As Igrejas abençoam estes arranjos com as suas melhores bênçãos. Declaram
como sendo religiosos casamentos que não merecem a menor confiança.
Desacreditam deste modo a si próprios e ao matrimônio como instituição social
séria.
Engana-se rotundamente quem acha que para assegurar a um casamento a
desejada estabilidade basta envolvê-lo numa rede protetora de normas e
prescrições. Nem o mais severo e nem o mais belo sistema moral têm condições de
assegurar a um casamento nem mesmo aquele mínimo de durabilidade, sem a qual
nenhuma espécie de ordem social é possível.
A saúde de uma sociedade está íntima e profundamente ligada à saúde sexual
de seus membros. E esta é, por sua vez, determinada pelo nível em que homens e
mulheres se relacionam sexualmente.
Celibatários pouco têm a dizer quando o assunto se relaciona com a maneira
mais saudável de fazer uso do potencial sexual. O número de celibatários não é
indicador de saúde sexual. Assim como o número de divorciados não é indicador
de progresso e de maturidade sexual.
O problema crucial não
está em saber (ou não) onde ir, mas em saber como chegar até lá.
Padre Marcos Bach
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