O EMPECILHO DO DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL DA
HUMANIDADE
São poucos os que incorporaram em sua fé em Cristo a
palavra de Jesus: “Sem mim nada podeis
fazer” (Jo 15,5). No Reino de
Deus perde seu tempo quem deposita mais fé em seus planos e projetos pessoais
do que na ação da graça de Cristo. O caráter passivo e essencialmente
receptivo da fé que Cristo exige dos seus discípulos repugna à mentalidade do “Self Made Man” moderno. Por isso a fé
religiosa é tida por eles como “coisa de mulher”. Esperamos que esta orgulhosa
autossuficiência não consiga resistir, por muito mais tempo, à ação da Graça
Redentora de Cristo! O grande empecilho que dificulta, como nenhum outro, o
desenvolvimento espiritual da humanidade é este tipo de homem que se
autoproclama infalível e dono dos instrumentos da salvação da humanidade.
Não é necessário um grau especial de honestidade para
perceber que o inimigo mais eficiente do futuro espiritual da humanidade se
encontra bem entrincheirado nas estruturas do mundo religioso atual. O Deus que
judeus, muçulmanos e cristãos pregam e dizem venerar, não é o Deus que Jesus
veio revelar. São homens que se proclamam representantes de Deus, encarregados
da missão de falar em seu nome, que no momento atual da história da salvação
mais contribuem para o atraso espiritual da humanidade.
O anticristo é para a maioria dos cristãos uma figura ou
entidade imaginária. Levá-la a sério é perda de tempo. Mas o apóstolo São João
não era desta opinião. “Filhinhos, esta é a última hora. Como ouvistes, vem o
anticristo. Eis que já há muitos anticristos, donde concluímos ser esta a
última hora. Eles saíram dentre nós, mas não eram dos nossos” (I Jo 2, 18-19).
“Muitos sedutores têm saído pelo mundo afora, que não professavam a encarnação
de Jesus Cristo. Trata-se do sedutor e anticristo” (2 Jo v.7).
Desmascarar e desativar as estruturas anticristãs
infiltradas no corpo da Igreja de Cristo será, sem dúvida, uma das tarefas mais
urgentes a aguardar a Cristo em sua Segunda Vinda. O humilde carpinteiro de
Nazaré há muito que teve dar lugar a papas gloriosamente reinantes. Já o
apóstolo São João definia o seu tempo (final do primeiro século) como fazendo
parte da “Última Hora”. Desde então o cristianismo mergulhou cada vez mais no
espírito desta “última hora”. Neste tempo todo o exercício do poder e a submissão
a ele adquiriram o status de
sacramentos essenciais da salvação cristã.
Padre Marcos Bach