quarta-feira, 19 de junho de 2013

O HUMANO GREGÁRIO  X  IGUALDADE SOCIAL

Um cientista como Heisenberg, Einstein, Capra e Bohm são homens de fé. Todos eles acreditam na capacidade do homem de transformar o ambiente em que vive. Não há entre os melhores deles um só ateu, pois todos acreditam na presença ativa de uma Inteligência Suprema. A esta fé se poderia acrescentar outro artigo a mais: o de que o universo, que Deus criou, é dinâmico. Foi feito para crescer e se expandir!

O futuro da humanidade abrange milhões de anos. O primeiro hominídeo capaz de atirar uma pedra na cabeça de um rival viveu uns quatro milhões de anos atrás. De lá até hoje o homem primitivo passou por transformações, mas continua sendo basicamente o mesmo. Continua sendo tão gregário quanto seus ancestrais. Só se sente bem no convívio com seus semelhantes mais chegados. Continua precisando de quem reconheça seu valor e o admire. Precisa da companhia de quem nele creia. Tudo isso uma boa Comunidade Cristã tem para oferecer a cada um dos seus membros. Se não o faz, é porque uns poucos “chefes” monopolizaram o direito à veneração do povo. A polícia pode bater em quem quiser, só não pode baixar o cassetete em “padre” e “freira”. Sacrilégio só ocorre quando a vítima possui imunidade eclesiástica.

Sagrado é, sob o ponto de vista cristão, todo ser humano, sem nenhuma distinção. É isto que se deve entender quando se toca no assunto dos Direitos Fundamentais da Pessoa Humana. A Igreja católica está se empenhando em salvaguardar, juntamente com os demais Movimentos Humanitários, estes Direitos. Age, no entanto, de forma um bocado hipócrita, pois ela mesma, em seu foro interno, se esquece de praticar o que prega na televisão. Não só o cristianismo, mas as religiões em geral, só terão chances de participar do futuro da humanidade se nele entrarem dispostos a renunciar a todas as formas de desigualdade social. É no campo religioso, mais que em qualquer outro, que a desigualdade assume as mais virulentas formas de discriminação. Só não vê isto quem não quer.


                                               Pe. José Marcos Bach, SJ

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