quarta-feira, 12 de junho de 2013

UMA IGREJA POBRE

A genuína conversão no sentido em que Cristo emprega o termo (Mt 18,3) é obra de Deus e dom divino. Representa uma reviravolta total: “O velho homem”, diria Paulo, “terá que morrer para que o novo homem possa nascer”.

A exploração plena de todas as potencialidades da natureza espiritual do homem é empreitada que excede por completo a capacidade ou competência natural do homem.

Todo parto é doloroso. Também este que dá origem ao “Novo Homem” idealizado por Cristo, é acompanhado de sofrimento. Que o digam os profetas e os místicos!

Se a Igreja quiser recuperar a credibilidade perdida, não basta reconhecer que pecou e que errou.

É preciso pensar numa outra Igreja, mais parecida com a dos Apóstolos de Cristo. Uma Igreja radicada na alma do povo. Uma Igreja tão pobre que possa permitir-se o luxo de dispensar toda e qualquer segurança que não seja a do pobre.

Uma Igreja pobre estaria a salvo de quase todas as tentações a que a Igreja dos papas sucumbiu ao longo de sua história.

Rico é aquele que muito tem a perder. Pobre é alguém que não tem nada que lhe possam roubar. Miserável é aquele que precisa roubar para sobreviver.

A pobreza, de que estamos falando, encontra-se no meio do caminho entre a riqueza e a miséria.

É a pobreza de espírito a qual Jesus se refere no Sermão da Montanha. “Felizes os pobres de espírito...” (Lc 6,20).

Toda pessoa sensata sabe que possuir mais que o necessário a uma vida confortável costuma gerar mais problemas do que alegrias.


                                                        Pe. José Marcos Bach.SJ

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