quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O AMOR ACIMA DE TUDO

O amor se manifesta nos seres humanos sob as mais variadas formas. O amor é a base de todo e qualquer relacionamento do homem com o universo em que vive. O amor é uma forma de tomar consciência tanto de si mesmo como do universo que nos cerca. É amando que descobrimos a distância que no campo evolutivo nos separa do nosso primo mais próximo que é o chimpanzé bonobo! É amando que descobrimos a nossa verdadeira natureza!

Quem não aprende a arte de amar, jamais saberá quem ele é! E o que é pior: jamais saberá o que fazer com a vida que traz em si!

Confrontado com uma galáxia, sentir-se-á esmagado por ela! Confrontado com a fugacidade do tempo de vida com que pode contar, sente-se ludibriado e traído, pois em seu íntimo mais profundo sente-se chamado à imortalidade!
           
Todo o seu ser resiste com tenacidade indomável à ideia de morte! É comovente assistir à luta de um doente em fase terminal por uns poucos dias a mais de uma vida que já não merece este nome.

Temos que recordar o seguinte se queremos ter uma ideia da diferença que existe entre a vida de um chimpanzé e a de um representante da espécie Homo. Um chimpanzé passa o dia comendo e procurando comida. Emprega seu tempo livre para se divertir com as fêmeas do seu grupo, e não tendo o que fazer, deita-se na grama e contempla o mundo de papo para o ar. A felicidade de um chimpanzé está em ter o que precisa para satisfazer suas necessidades!
           
O trabalho merece um lugar de destaque na lista dos fatores de alienação social e psicológica toda vez que consome mais tempo do que o estritamente necessário para o sustento. Torna-se fator de alienação moral na medida em que dificulta ou até mesmo impede o contato com outras pessoas e a comunhão interpessoal!

Não é o trabalho em si que aliena as pessoas, mas o fato de induzi-las a se esquecerem do sentido último da vida humana. O ser humano não foi feito para trabalhar. Foi feito para muito mais do que gastar a parcela mais nobre da sua vida preocupado “com o que comer e com que vestir-se” (Lc 12,22).
           
Há entre as atividades humanas um leque bem grande de alternativas. Meditar é melhor do que lavrar o chão, diz o monge budista. Rezar é melhor do que fabricar metralhadoras, diz o monge católico. Escutar a Palavra de Deus e meditá-la é melhor do que servir a Deus, diz Jesus. Maria foi mais inteligente que Marta, pois escolheu a parte melhor. Quem o disse foi o próprio Mestre Divino.
           
Muitas e contraditórias são as necessidades do homem. Infeliz é aquele que corre da cozinha à sala de visitas sem saber como sair da confusão.
           
Maria nos ensina que sentar-se os pés de Jesus e escutá-Lo é mais importante que correr atrás do relógio!
           
“Ama e faze o que quiseres”, dizia Santo Agostinho, dando a entender que até o mais bem elaborado código de moral é incapaz de suprir a falta de amor!
           
Destruir o universo todo seria fácil se fosse possível destruir o Amor, pois “a natureza suprema do universo é uma energia de amor” (David Bohm).
           
Quem quisesse destruir o universo teria que destruir primeiro o seu Criador, pois “Deus é Amor”, diz o apóstolo João (I Jo 4,16).
           
O amor é a energia mais potente e poderosa do universo (Gandhi), pois sua fonte primordial é o próprio Deus! É da natureza do amor ser eterno! É indestrutível por natureza! Quando um casal se divorcia alegando que o amor morreu, não está constatando um fracasso, mas confessando uma mentira.

Padre Marcos Bach

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