sexta-feira, 14 de agosto de 2015


A TERRA É UM PLANETA MODESTO

A Terra é um Planeta modesto, proporcionalmente pequeno e de recursos limitados. A maior parte destes não são renováveis. Sob vários aspectos a Terra é uma “mina” à beira do esgotamento.

 A biosfera do nosso Planeta se encontra toda ela concentrada em torno de sua superfície. É uma camada cuja espessura não vai além de alguns poucos metros.

A imensa variedade de formas cria a ilusão de que a biosfera é praticamente indestrutível. A precariedade da camada viva do planeta só começou a ser percebida tardiamente.

Só depois de constatar que parte considerável da saúde ecológica do planeta está irremediavelmente comprometida, que se pensa em fazer alguma coisa para impedir que a situação se agrave ainda mais. Ninguém se dá conta de que um processo deletério tende sempre a se agravar.

Tanto o bem quanto o mal tem a propensão de se difundir. A deterioração do ambiente natural é um processo que se move com energia própria. Também nesta matéria vale o princípio ético segundo o qual “o que é ruim tende a ficar pior”. Atingido certo nível crítico, o processo torna-se irreversível.

Existem suspeitas fundadas de que em algumas áreas este ponto crítico já foi atingido.

O que impede os países ricos do hemisfério norte mais que aos pobres do sul de pôr um paradeiro à corrida para a morte do planeta, não é tanto a ignorância quanto a ganância desmedida e a incapacidade de abrir mão de vantagens adquiridas.

Acrescenta-se a tudo isto a mentalidade imediatista e a falta de uma consciência histórica e temos os fatores que mais contribuem para dificultar qualquer mudança suficientemente ampla e incisiva capaz de dar um basta à loucura antiecológica.

Converter pessoas, modificar consciências, desarmar dispositivos jurídicos e desarticular estruturas econômicas e políticas: tudo isto deve fazer parte de um movimento ecologista para ser completo.

Existe o risco de fazer do ecologismo uma ideologia. Em muitas partes isto já está ocorrendo.

Quando se gastam milhares de dólares para desencalhar meia dúzia de baleias em apuros, esquecendo que milhões de seres humanos se encontram em situação idêntica, assistimos a um espetáculo hipócrita sem o menor significado para o equilíbrio da biosfera.

Como distinguir a genuína consciência ecológica das manobras interesseiras de falsos “amigos da natureza”? É só deitar um olho na publicidade de certas fábricas de celulose e papel para se ter uma ideia de como se pode usar a bandeira ecológica sem se comprometer, de um modo efetivo, com a saúde do meio ambiente e o futuro da natureza.

Ninguém se iluda: a tarefa não vai ser fácil. Os “abutres” estão aí aos bandos e gostam de se travestir de “águias”. Todo cuidado é pouco, pois o futuro da Mãe Terra não está para brincadeiras!

Padre Marcos Bach

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