quarta-feira, 2 de setembro de 2015


PREPARAR O FUTURO DA VIDA FAMILIAR

O futuro da vida familiar vai depender em grande parte da capacidade de homens e mulheres de fazer do casamento um autêntico pacto de amor.

A palavra pacto indica que se trata de um compromisso destinado a selar um projeto de vida em comum.

A palavra amor implica em compromisso irreversível. Também o amor exige sacrifícios. Ninguém, no entanto, se dispõe a fazê-los se não tiver a certeza de que vale a pena.

O tempo é o pior inimigo do amor. Só um amor eterno é capaz de sobreviver às vicissitudes da vida. Fidelidade conjugal e indissolubilidade do matrimônio ou brotam do próprio amor, ou não têm como sustentar-se. Impô-las em nome da lei moral não é suficiente para proteger um casal contra a tentação do adultério e do divórcio.

Só um grande amor é capaz de proteger um casal contra a tentação do adultério e do divórcio. Só um grande amor é capaz de proteger um casamento dos perigos que ameaçam a sua estabilidade.

Rezar e frequentar os sacramentos pode ser muito bom, desde que não se destinem a suprir a falta de amor. A oração não tem o poder de substituir a falta de diálogo entre marido e esposa.

Um amor que não vai além da morte está exposto ao risco de morrer a qualquer momento. Só merece a qualificação de religioso o casamento que inclui Deus e a Eternidade em sua perspectiva. A morte só tem o poder de pôr fim ao casamento, mas não a um pacto de amor. Romeu e Julieta morreram, mas o amor deles continua vivo. Não somente na memória do povo, mas também nos registros de Deus.

Casamentos que morrem como moscas em fim de outono, nunca foram mais do que “pau de amarrar égua”, diria o nordestino. Este é o casamento que resulta da conjugação de interesses. Onde o pai dá a sua filha em casamento ao filho de um fulano com a intenção de melhorar o seu próprio cacife social-político, continua vivo.

As Igrejas abençoam estes arranjos com as suas melhores bênçãos. Declaram como sendo religiosos casamentos que não merecem a menor confiança. Desacreditam deste modo a si próprios e ao matrimônio como instituição social séria.  

Engana-se rotundamente quem acha que para assegurar a um casamento a desejada estabilidade basta envolvê-lo numa rede protetora de normas e prescrições. Nem o mais severo e nem o mais belo sistema moral têm condições de assegurar a um casamento nem mesmo aquele mínimo de durabilidade, sem a qual nenhuma espécie de ordem social é possível.

A saúde de uma sociedade está íntima e profundamente ligada à saúde sexual de seus membros. E esta é, por sua vez, determinada pelo nível em que homens e mulheres se relacionam sexualmente.

Celibatários pouco têm a dizer quando o assunto se relaciona com a maneira mais saudável de fazer uso do potencial sexual. O número de celibatários não é indicador de saúde sexual. Assim como o número de divorciados não é indicador de progresso e de maturidade sexual.

O problema crucial não está em saber (ou não) onde ir, mas em saber como chegar até lá.

Padre Marcos Bach

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