sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

INTERIORIZAÇÃO DE VALORES

O Ponto Deus representa e responde pela passagem do meramente humano para o divino. Tudo está a nos dizer que a essência da natureza humana não pode ser desvendada recuando no tempo. Pelo contrário, é adiantando-se à ação do tempo que se consegue ter uma ideia do que irá ser um dia o Homem Perfeito e plenamente humanizado. O Ponto Deus encontra-se embutido no interior do cérebro humano e é responsável por todo tipo de atividade que associamos ao conceito de atividade espiritual. Com esta descoberta fica claro que estamos sendo realizados e projetados a partir de forças criadoras que atuam além do tempo. Perde o seu precioso tempo todo aquele que acredita no poder mágico do processo histórico. A História não possui este poder de tornar os homens cada vez melhores e mais humanos.

Como se pode sair do tempo e mergulhar num universo sem tempo onde a sucessão dos séculos e dos milênios cabe num único instante e num eterno presente?

O que Jesus fazia quando, ao anoitecer, subia a uma colina para passar lá as silenciosas horas de uma bela noite de verão em oração, senão isso mesmo: saía do tempo e voltava a mergulhar naquele maravilhoso mundo sem tempo que é o Céu donde viera!

A oração por excelência é a que nos liberta da prisão do tempo e do pequeno e claustrofóbico mundinho dos que não têm mais tempo para nada. Esta oração tem um nome: chama-se contemplação. Quem quer aprendê-la dirija-se a Teresa de Ávila ou a Inácio de Loyola, ambos mestres consumados na arte da contemplação.

Um pequeno número de contemplativos, um por cento, é suficiente para transformar uma cidade violenta num Oásis de convivência pacífica. É o que nos garantem renomados sociólogos americanos.

“O tempo está começando a passar cada vez mais depressa”! Esta é uma queixa bastante comum. Parece que estamos assistindo a uma aceleração do tempo.

O tempo cronológico é determinado pela velocidade com que um objeto se move. O tempo psicológico é determinado pela quantidade de momentos sucessivos.

A passagem do tempo se torna problemática e frustrante na medida em que não nos permite completar o que iniciamos. É extremamente desagradável chegar ao fim de um dia cansativo com a sensação de não ter realizado ao longo do dia uma única obra bem feita. “Se ao menos a noite nos desse a oportunidade de esquecer o tempo e de mergulhar no plácido mundo dos sonhos”! A noite poderia nos devolver com juros um pouco do tempo perdido durante o dia, mas para isso teríamos que aprender a arte tão pouco cultivada de dormir bem.

Padre Marcos Bach

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