quarta-feira, 23 de setembro de 2015


A FAMILIA É A CÉLULA DA SOCIEDADE


Cristão de verdade é o casamento registrado a pedido dos noivos no cartório celestial. Foram os noivos que escolheram a Cristo para ser o avalista de suas promessas e de suas juras de amor! Se não fizeram isso, seu casamento nada mais é do que um simples contrato social, tão repleto de falsas promessas e de expectativas temerárias quanto o de um pagão.

O jovem de hoje julga-se mais realista do que seus antepassados por ter reduzido a um mínimo o volume de expectativas ligadas à vida familiar. Se der certo, será ótimo! Não vou embalar-me em sonhos e expectativas ilusórias!

O amor romântico dos tempos de Romeu e Julieta cedeu lugar ao amor assanhado. Ser fã de um ídolo e desmaiar de amor só ao vê-lo de passagem: isso é o que sobrou!

Amor e sexo fazem parte do estoque de artigos de consumo. Quanto mais barato o artigo e descartável a sua embalagem, tanto melhor. Pode haver algo de mais banal do que registro de casamento?

Antigamente era fácil registrar um casamento. O difícil era apagá-lo. Hoje um juiz passa mais tempo atendendo pedidos de divórcio do que pedidos de casamento.

A falsa crença de que o casamento e com ele o amor terminam com a morte, certamente tem contribuído para fragilizar o pacto matrimonial e abalar assim a solidez da comunidade familiar. Se o amor é eterno por essência, então são igualmente eternos e indestrutíveis os laços por ele gerados.

Um cristão tem toda a razão quando aposta no amor com a certeza de que não há negócio mais seguro e lucrativo do que investir no amor.

Como pode a família ser a “célula da sociedade” se sua vida útil termina muito antes da morte dos seus membros? O que resta da família concreta depois que os filhos saíram de casa e os pais ficaram sozinhos? Em muitos casos nem sequer a saudade permanece viva.

Uma das mais belas e consoladoras facetas da Esperança Cristã é o conceito de imortalidade. O amor é eterno, e tudo o que é ligado na terra com o laço do amor será também ligado no céu. Tudo o que for atado com o laço de um genuíno e sincero amor passa a fazer parte de um grande tesouro, propriedade e depósito bancário comum da humanidade inteira. Todas as obras, boas ou más, nos seguem, com exceção do que tivermos feito com amor. O amor nos precede e suas obras não constituem matéria de julgamento. Aqueles que, como Francisco de Assis e Teresinha de Lisieux, transformaram a sua vida num grandioso Hino de Amor, não serão julgados. O amor coloca aqueles que se amam acima e fora do alcance de julgamentos humanos e até o próprio Deus os isenta do juízo divino. O amor é a única moeda com que podemos pagar as nossas dívidas.

Padre Marcos Bach

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