A FAMILIA É A CÉLULA DA
SOCIEDADE
Cristão de verdade é o casamento registrado a pedido dos
noivos no cartório celestial. Foram os noivos que escolheram a Cristo para ser
o avalista de suas promessas e de suas juras de amor! Se não fizeram isso, seu casamento
nada mais é do que um simples contrato social, tão repleto de falsas promessas
e de expectativas temerárias quanto o de um pagão.
O jovem de hoje julga-se mais realista do que seus
antepassados por ter reduzido a um mínimo o volume de expectativas ligadas à
vida familiar. Se der certo, será ótimo! Não vou embalar-me em sonhos e
expectativas ilusórias!
O amor romântico dos tempos de Romeu e Julieta cedeu lugar
ao amor assanhado. Ser fã de um ídolo e desmaiar de amor só ao vê-lo de
passagem: isso é o que sobrou!
Amor e sexo fazem parte do estoque de artigos de consumo.
Quanto mais barato o artigo e descartável a sua embalagem, tanto melhor. Pode
haver algo de mais banal do que registro de casamento?
Antigamente era fácil registrar um casamento. O difícil era
apagá-lo. Hoje um juiz passa mais tempo atendendo pedidos de divórcio do que
pedidos de casamento.
A falsa crença de que o casamento e com ele o amor terminam
com a morte, certamente tem contribuído para fragilizar o pacto matrimonial e
abalar assim a solidez da comunidade familiar. Se o amor é eterno por essência,
então são igualmente eternos e indestrutíveis os laços por ele gerados.
Um cristão tem toda a razão quando aposta no amor com a
certeza de que não há negócio mais seguro e lucrativo do que investir no amor.
Como pode a família ser
a “célula da sociedade” se sua vida útil termina muito antes da morte dos seus
membros? O que resta da família concreta depois que os filhos saíram de casa e
os pais ficaram sozinhos? Em muitos casos nem sequer a saudade permanece viva.
Uma das mais belas e consoladoras facetas da Esperança
Cristã é o conceito de imortalidade.
O amor é eterno, e tudo o que é ligado na terra com o laço do amor será também
ligado no céu. Tudo o que for atado com o laço de um genuíno e sincero amor
passa a fazer parte de um grande tesouro, propriedade e depósito bancário comum
da humanidade inteira. Todas as obras, boas ou más, nos seguem, com exceção do
que tivermos feito com amor. O amor nos precede e suas obras não constituem matéria
de julgamento. Aqueles que, como Francisco de Assis e Teresinha de Lisieux,
transformaram a sua vida num grandioso Hino
de Amor, não serão julgados. O amor coloca aqueles que se amam acima e fora
do alcance de julgamentos humanos e até o próprio Deus os isenta do juízo
divino. O amor é a única moeda com que podemos pagar as nossas dívidas.
Padre Marcos Bach
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