quarta-feira, 11 de novembro de 2015


A FÉ DOS MÍSTICOS


“Eu sou a Verdade”, disse Jesus. É uma lástima que os cristãos sejam induzidos por seus pastores a crer mais em doutrinas do que na Pessoa daquele que é a síntese de toda a Verdade. Crer e amar são sinônimos. Não se pode amar sem crer, nem é possível crer sem amar. Ninguém, a não ser um alienado, ama teorias e dogmas. Só podemos amar a quem é capaz de retribuir nosso amor.

O objeto da nossa fé, como da nossa caridade, só pode ser uma pessoa, isto é, um sujeito igualmente capaz de nos amar e de crer em nós. Não cremos em doutrinas. Como cristãos não somos obrigados a fazê-lo. É em Jesus que um cristão deposita a sua fé e seu amor. Ensinamentos e doutrinas são meios e instrumentos, nada mais do que isso.

A fé em Cristo personaliza nossos relacionamentos com Deus e com os homens dando-lhes um calor, um sentido e uma profundidade que de outra forma não teriam. A Verdade não está na Palavra de Deus, mas no próprio Deus que na Pessoa de Jesus se tornou a Palavra de Deus por excelência.

O que aconteceu nas Igrejas cristãs foi uma tentativa de submeter a vida de fé do povo cristão ao controle das autoridades eclesiásticas. A expressão que melhor define esta tentativa é a palavra reducionismo doutrinário. Tanto teólogos como representantes do magistério eclesiástico tomaram conta do cenário depois de terem expulso dele os místicos, que não admitiam que a fé cristã pudesse ser domesticada, racionalizada e reduzida a um simples ato de adesão à Igreja ou a um simples voto de conformidade com o ensinamento oficial de uma Igreja.
Padre Marcos Bach

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